São Gonçalo do Sapucaí - História
Na última década do século XVII, partiram inúmeras expedições em busca do eldorado desde de são paulo, então Vila de São Vicente, que iniciaram a colonização dos sertões das Minas Gerais, para cruzar a serra da mantiqueira, muitas bandeiras tornaram os rios Sapucaí e Verde, descobrindo ouro em vários pontos de seus cursos, com destaques para as paragens onde hoje encontra-se o município de Campanha.

De forma a conter a mineração clandestina e a sonegação, a coroa enviava agentes fiscais, que percorriam as lavras para arrecadar o chamado Quinto e organizavam expedições, que tinham como missão encontrar os clandestinos.

Em 1737, o Ouvidor de São João Del Rei armou uma grande expedição à região do Rio Verde, oferecendo datas mineiras como recompensa aos que participassem da campanha. Eles localizaram lavras clandestinas, permitindo à coroa arrecadar arrobas de ouro em impostos, expulsando dos locais os garimpeiros que não se submetiam. A partir dai, o Ouvidor fundou o arraial de São Cipriano depois conhecido como Campanha do Rio Verde, onde permaneceu por dois meses distribuindo direitos de mineração aos participantes da expedição e organizando o povoado.


O arraial tomou vulgo e logo constituiu-se numa das importantes Vilas do Ouro da colonização da Capitania. Foi de Campanha do Rio Verde que partiram expedições que desbravaram e colonizaram o Sul de Minas.

Por volta de 1740, os bandeirantes Bento Correia de Melo, Francisco Bento Lustosa e Dionísio da Fonseca Reis ouro em Fala e Santana do Sapucaí, dando origem ao povoado de São Gonçalo do Rio Verde hoje município de São Gonçalo do Sapucaí.

Por resolução da Câmara de São João Del Rei, a dois de março de 1743, tendo conquistado a categoria de Vila pela Lei Nº 2454, de 11 de outubro de 1878, já com a denominação atual. Em três de janeiro de 1880, a Lei Nº 2556 deu foros de cidade à vila.


Cabe destacar ainda que Inácio José de Alvarenga Peixoto, líder da conjuração mineira, foi um dos mineradores do arraial de São Gonçalo do Rio Verde. Alvarenga Peixoto, ex-magistrado e poeta, era proprietário de dezenas de lavras ao longo de um canal de 50km, aberto aos seus 200 escravos. Por isso foi nomeado Coronel de Milícias de Campanha do Rio Verde por D. Rodrigo de Menezes, governador da Capitania.

Após a descoberta do movimento de independência pela Coroa, Alvarenga Peixoto foi preso e teve seus bens confiscados. Sua esposa, Bárbara Heliodora, assumiu então os negócios da família, conseguindo reaver os bens confiscados. Devido à prisão do marido, à morte da filha Eugênia, conhecida como princesa do Brasil, e às desavenças entre os filhos, Bárbara enlouqueceu, vindo a falecer aos 60 anos. Alvarenga Peixoto morreu na prisão. Infelizmente, a casa onde Bárbara Heliodora residia no município foi demolida 1986, após tentativas frustradas da Fundação Roberto Marinho em negociar com a família proprietária sua compra para posterior tombamento e recuperação.